O jornalista e escritor Roberto Beltrão conduziu, na manhã desta quinta-feira (2), a oficina “Storytelling na tela do celular” no Espaço Narrativas e Storytelling na Educação, durante o 21º Congresso Internacional de Inovação na Educação. A proposta foi apresentar aos educadores como a narrativa digital pode se tornar uma poderosa ferramenta pedagógica no contexto atual.
Beltrão destacou que o storytelling, traduzido para o campo educacional, é “uma ferramenta muito importante que o educador pode usar para trazer à audiência dele a consciência de alguns tipos de conteúdo”. Segundo ele, vídeos simples, feitos pelo celular, não têm a função de esgotar o tema, mas de despertar curiosidade e engajamento. “Se você vai fazer uma exposição sobre algum tipo de assunto, e quer que seu aluno tenha interesse por aquele tema, você pode usar um vídeo desse para que ele seja conquistado”, explicou.
O jornalista ressaltou que o recurso não se restringe às aulas online. “Pode ser aplicado de qualquer forma. Você pode usar, por exemplo, nas suas redes sociais, pois a interação entre alunos e professores hoje se dá, geralmente, por meio da internet”, disse. Ele destacou ainda que o vídeo pode ser usado como ferramenta de aproximação, quase como uma estratégia publicitária: “Você está vendendo o seu trabalho para que sua audiência se conecte melhor com você”.
Ao falar sobre o impacto no engajamento, Beltrão lembrou que os jovens de hoje são nativos digitais. “Se você não fizer uma conexão através desse caminho, desse tipo de comunicação, você pode criar o desinteresse do aluno. […] Usar essa linguagem é o mais adequado para chegar a esse público”, afirmou. No entanto, fez um alerta: o uso inadequado pode gerar o efeito contrário. “Você pode fazer uma conexão equivocada e o aluno ficar com repulsa àquele assunto”, observou.
Para os educadores que desejam iniciar nessa prática, Beltrão deixou um conselho: “O importante é entender, estudar sobre o storytelling, o passo a passo, como é que ele funciona, como é que ele se dá e, principalmente, ver as formas tradicionais de narrativa, como elas podem se conectar com a narrativa digital”. Ele ainda acrescentou: “Ler um livro é importantíssimo, e ler com o olhar de um educador e de um narrador. Ver um filme, como é que o diretor construiu aquela obra, isso é importante, porque nos ensina a construir essas narrativas”.
