Um dos nomes mais aguardados do 21º Congresso Internacional de Inovação na Educação, o comunicador Marcelo Tas conduziu, na tarde desta sexta-feira (3), a palestra “O Futuro da Aprendizagem: Desafios e Oportunidades”. Com seu estilo irreverente e bem-humorado, ele foi ovacionado pela plateia que lotou o auditório do Recife Expo Center. Tas encerrou o ciclo de palestras do congresso compartilhando histórias de sua carreira e reflexões sobre o impacto das transformações tecnológicas na educação.
Logo no início de sua apresentação, Tas destacou que o mundo vive hoje um tempo de mudanças aceleradas: “Nós vivemos hoje transformações exponenciais”. Para exemplificar, contou como a chegada da câmera portátil revolucionou a televisão nos anos 1980 e como, junto a Fernando Meirelles, fundou uma produtora independente, criando o personagem Ernesto Varela. Segundo ele, cada inovação traz medo, mas também oportunidade: “O medo é importante. Ele serve para você se preparar, ganhar coragem. Eu consigo falar isso hoje, mas eu sei que não é fácil”.
Ao abordar a inteligência artificial, Tas ressaltou que o tema não é tão recente quanto parece. Ele lembrou que sua base teórica remonta a Claude Shannon, em 1948, e que os avanços vêm se acumulando até os dias atuais, quando a IA generativa já faz parte do cotidiano. Para ele, mais importante do que adotar ferramentas é dosar seu uso: “Muitas vezes você quer chegar simplesmente na esquina para comprar um pão e fala: ‘Eu vou de foguete, porque agora já tem o ChatGPT’. Você não precisa do foguete”.
Outro ponto enfatizado foi a necessidade de compreender os vieses que moldam a comunicação. Com a metáfora dos “sábios cegos e o elefante”, alertou para o risco de enxergar apenas fragmentos da realidade. “Ninguém vê o mesmo elefante. No mundo exponencial que nós vivemos, da comunicação acelerada, é muito importante ter consciência da potência da ferramenta que você está usando”, afirmou.
Encerrando sua fala, Tas destacou que a curiosidade e a capacidade de fazer boas perguntas serão diferenciais humanos diante da inteligência artificial: “Quem não quiser ser substituído por um robô, basta não trabalhar como um robô”.