Reconhecida internacionalmente pelo seu trabalho inovador em escolas públicas e eleita uma das dez melhores professoras do mundo pelo Global Teacher Prize, Débora Garofalo foi uma das atrações, nesta quarta-feira (1º), do 21º Congresso Internacional de Inovação na Educação, realizado pelo Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-PE. Em sua palestra, intitulada “O Professor como Arquiteto do Conhecimento na Era Digital”, a educadora destacou a urgência de ressignificar o papel do docente diante das transformações tecnológicas e sociais que impactam o ensino.
Segundo Débora, dados recentes revelam que 54,3% dos estudantes brasileiros de 15 anos apresentam baixo nível de criatividade, conforme o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), o que aponta para uma escola ainda pouco estimulante. Para ela, é fundamental que os professores desenvolvam competências digitais e atuem como mediadores, curadores de informação e designers de experiências de aprendizagem, capazes de colocar o estudante como protagonista do processo educativo.
A palestrante também reforçou a importância da saúde mental de professores e alunos e a necessidade de integrar metodologias ativas, cultura maker e abordagem STEAM (ciências, tecnologia, engenharia, artes, matemática e humanidades) ao currículo. “O professor precisa planejar, estruturar e criar experiências de aprendizagem, indo além da transmissão de conteúdo. É preciso construir pontes entre conhecimento, vida e mundo. Um professor que educa para uma educação que seja integral”, afirmou.
Ao compartilhar sua trajetória, Débora relembrou o projeto de robótica com sucata, iniciado em uma escola pública de São Paulo, que transformou a realidade de estudantes em situação de vulnerabilidade social e ganhou projeção internacional. Para ela, a inovação educacional nasce da capacidade de enxergar problemas reais e transformá-los em oportunidades de aprendizagem. “A inovação começa quando olhamos para os problemas e acreditamos que somos capazes de criar soluções. Que cada docente aqui se veja como arquiteto do conhecimento, projetando futuros possíveis”, concluiu.