Espanhol Mariano Enguita propõe redes e inovação para transformar a escola do século XXI

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    Espanhol Mariano Enguita propõe redes e inovação para transformar a escola do século XXI

    O espanhol Mariano Fernandez Enguita, referência internacional em educação e professor Emérito da Universidade Complutense de Madrid (UCM) e da Universidade de Salamanca, apresentou na manhã desta sexta-feira (3), durante o 21º Congresso Internacional de Inovação na Educação, a palestra “Gestão Escolar em Rede: Transformando o Ensino com Inovação e Conexões”. Autor de obras como La Quinta Ola: la transformación digital del aprendizaje, de la educación y de la escuela (2023) e Competencia Digital Docente para la Transformación Educativa (2023), Enguita analisou a evolução histórica da escola e os desafios impostos pelo contexto digital e pela inteligência artificial.

    Segundo o educador, a escola atual ainda carrega resquícios de um modelo padronizado e excludente, pensado para formar alunos em série. “A ideia era reunir em um sítio um grupo homogêneo de alunos, o mais homogêneo possível, porque seriam tratados em lote, em série, coletivamente. Esse é o elemento low cost essencial do sistema escolar que herdamos”, afirmou.

    Para ele, é urgente repensar a arquitetura escolar e adotar ambientes mais abertos, flexíveis e conectados. “Nós damos forma aos espaços, e depois nossos espaços nos dão forma. Uma escola definida pela uniformidade precisa dar lugar a entornos inovadores, às hiperaulas: espaços configuráveis, flexíveis no tempo e nos agrupamentos, que permitem múltiplas formas de aprender”, destacou.

    Mariano ressaltou que o atual cenário hiperinformacional e o avanço da inteligência artificial exigem novas formas de organização. “Antigamente, o professor transmitia ao aluno o conhecimento que ele não possuía, que ele não tinha acesso. Hoje, os alunos estão no mesmo sistema que nós, talvez muitas vezes melhor do que nós, ou pelo menos em áreas de risco que nós, como professores, desconhecemos”, registrou.

    Outro ponto central da palestra foi a necessidade de fortalecer a gestão em rede. “O essencial é o nível meso. E o nível meso nos obriga a falar; é o nível da escola, do centro, mas, ao mesmo tempo, é o nível entre a sala de aula e o centro, o nível entre o centro e as autoridades. E o nível meso significa aquele ponto intermediário entre o micro e o macro, aquele ponto intermediário”, disse.

    Para enfrentar os desafios globais da educação digital, Enguita também enfatizou a importância da cooperação internacional. “Na era da inteligência artificial generativa, de grandes modelos de linguagem, precisamos de escala. E essa escala aqui, como na Europa, requer cooperação entre países. Porque sem essa cooperação, um sistema como, por exemplo, um software, e particularmente a inteligência artificial, adaptado ao contexto cultural e social da Euro-América e ao contexto setorial específico da educação, não seria possível”, concluiu.

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