“Inovar no Brasil não é fácil. O processo é cruel”, afirmou Renato Rodrigues, educador e especialista em Tecnologias Educacionais do Senac RN, durante a palestra “Inovar é Coletivo: Construindo Culturas de Engajamento para a Educação Digital”, realizada na tarde desta quinta-feira (2) no 21º Congresso Internacional de Inovação na Educação. Com quase três décadas de atuação no Senac e liderança do Senac Labs Edutech – Suporte Online e das Salas Microsoft Future School, Renato compartilhou reflexões sobre os desafios e as possibilidades da transformação digital na educação.
Entre os obstáculos apontados, destacou a burocracia e a dificuldade de acesso a tecnologias no país. “O processo não pode ser uma marra. Ele deve ser uma oportunidade de trazer a tecnologia para próximo do nosso cliente”, reforçou. Segundo ele, proporcionar experiências inovadoras a estudantes, especialmente da rede pública, é um dos maiores propósitos de sua atuação: “Eu fico extremamente feliz quando boto um óculos de realidade virtual em um aluno que nunca teve oportunidade de experimentar algo desse tipo”.
Renato também apresentou iniciativas do Senac Labs, como a criação da Sofia, assistente de ensino com inteligência artificial, além de sistemas como o GIP, voltado à análise preditiva de evasão escolar. Ele falou ainda de parcerias com Edutechs para uso de IA Generativa no ensino, como a ChatClass, Einstein, Jovens Gênios e Geekie. “A inteligência artificial está impactando todas as áreas do conhecimento. Com o uso da IA, você pode e deve se reinventar”, pontuou.
O palestrante estruturou sua fala em cinco passos para fortalecer a cultura de engajamento na educação digital: estruturar pessoas, processos e tecnologia; formar educadores com propósito tecnológico; transformar salas de aula; reinventar a gestão e a aprendizagem; e experimentar continuamente. Ele reforçou ainda a importância do uso ético da IA, da inclusão digital e do letramento digital: “A IA hoje é o que a datilografia era no século passado. [Quem não souber utilizar] pode se tornar uma pessoa não empregável”.
Ao final, Renato lembrou que a inovação precisa ser construída em rede, com participação de empresas, educadores e estudantes. “Fomentar a inovação é trabalhar em comunidade. E quando eu falo em comunidade, é com os grandes players do mercado. Eu tenho que ter parceria com a Microsoft, com o Google, com todas essas big techs. Porque elas estão transformando o uso da inteligência artificial no dia a dia de cada um. E a gente precisa se apropriar disso”, registrou.