Júlia Vidal traz saberes afroindígenas para o 21° Congresso Internacional de Inovação na Educação

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    Júlia Vidal traz saberes afroindígenas para o 21° Congresso Internacional de Inovação na Educação

    “Não conseguimos pensar o futuro sem olhar para o passado“, destacou Júlia Vidal durante a palestra “Tecnologias e Ancestralidade: conectando raízes e projetando futuros”, que aconteceu no final da manhã desta sexta-feira (3) no 21° Congresso Internacional de Inovação na Educação. A designer gráfico e de moda, educadora e pesquisadora das etnias culturais brasileiras, além de fundadora da Escola Ewà Poranga, destacou a importância de trazer um olhar pluricultural para a educação.

    Para ela, pensar a sala de aula é indissociável de pensar em diversidade, seja de gêneros, raças, sexualidades e pensamentos. Julia explica que é preciso formar professores “que vão acessar a pluralidade étnica e cultural e fortalecer isso dentro da sociedade. Pensando muito na questão de que o professor vai estar propulsionando um espaço de equidade, tolerância e respeito às diferenças”, ressalta Júlia. Ela também chamou atenção de que a educação é uma ferramenta de transformação. “Quando a gente faz a nossa sala de aula diversa, a gente se transforma junto”, afirmou.

    Trazendo como inspiração de um espaço amplo e plural de ensino, Vidal mostrou exemplos de salas de aula com modelos educacionais afroindígenas, com organização circular na disposição do mobiliário, aproximando o professor e o aluno. “Na perspectiva indígena todo lugar pode ser uma sala de aula”, explicou Júlia.

    Durante a palestra, ela também destacou a importância de alternar a geopolítica do pensamento, fugindo do eurocentrismo para formar alunos e comunidades livres. “Dentro do pensar originário, o conhecimento precisa ser útil para a sociedade. Então, precisamos ser um vetor multiplicador do que estamos aprendendo. Levar esse conhecimento para o nosso entorno, que vai desde a família até o nosso bairro, escola, entre outros espaços, ampliando a transformação”, refletiu. Assim, trazer a interdisciplinaridade para a educação, dialogando com a modernidade ao mesmo tempo em que se faz a preservação dos espaços e conhecimentos originários é crucial. Pois nas palavras de Vidal, “tradição e modernidade andam juntas”.

    Para encerrar, deixou uma provocação: “Precisamos movimentar as estruturas existentes a partir da diferença, do desvio da norma e dos saberes e fazeres do cotidiano”. Além da palestra no auditório principal, Júlia conduziu oficinas, às 14h e depois, novamente às 15h, sobre “Vivência Experimental – Tecnologias ancestrais”.

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