Como será a nossa alimentação no futuro? Essa foi a provocação que deu o tom ao talk show “Tech & Ciência Alimentar – Tendências para o mercado de alimentação: sustentável, inclusivo e funcional”, apresentado pela nutricionista e docente do Senac, Helen Lima, durante o segundo dia do REC’n’Play 2025, nesta quinta-feira (16), no Instituto de Ciência e Tecnologia do Senac, no Porto Digital.
A atividade trouxe à tona um debate urgente sobre a alimentação, com foco em inovação, sustentabilidade e inclusão. Helen iniciou sua fala afirmando que mais de 1 bilhão de refeições são desperdiçadas todos os dias no mundo, segundo o Índice de Desperdício de Alimentos da Organização das Nações Unidas (ONU), de 2022. Ao mesmo tempo, o crescimento populacional demandará um aumento significativo na produção de alimentos. Segundo estudo, também da ONU, em 2050 a população mundial será superior a 10 bilhões.
Diante desse cenário, Helen levantou a questão da importância de repensar hábitos alimentares para otimizar recursos, aproveitando de forma mais organizada aquilo que é produzido e minimizando o desperdício. Dessa forma, pensar no menu do amanhã é pensar no aproveitamento integral dos alimentos. Entre as tendências que estão moldando o menu do futuro a nutricionista trouxe, a proteína de laboratório, produtos plant-based, as pancs — plantas alimentícias não convencionais —, e a cozinha diaspórica.
Mas, a apresentação não ficou apenas na teoria. Para mostrar que é possível aplicar essas ideias no dia a dia, Helen ensinou ao público na prática como preparar uma alternativa saudável e fácil ao sal de cozinha tradicional. Utilizando cascas de alho, de cebola, coentro e cheiro-verde, ingredientes geralmente descartados, ela criou um tempero funcional e aromático.
O processo é simples: basta secar as cascas no forno ou airfryer e triturar com um mixer ou liquidificador até obter um pó fino. Ela explicou que esse tipo de sal pode ser usado como tempero de sopa, no frango e em peixes. “Aqui eu estou oferecendo uma quantidade de sal menor. […] E as cascas trazem seus componentes, como a alicina que tem ação anti-inflamatória e de saciedade. É um sal melhorado, com menos sódio”, explicou Helen.
