A cientista de dados, multiartista e especialista em Inteligência Artificial e Tecnologias Emergentes, Zaika dos Santos, apresentou nesta quarta-feira (1º) a palestra “Inclusão Digital e Educação: Reduzindo as Barreiras Tecnológicas” no 21º Congresso Internacional de Inovação na Educação, promovido pelo Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-PE. Em sua fala, Zaika destacou o impacto das tecnologias emergentes na sociedade e no mercado de trabalho, trazendo reflexões sobre como aproximar essas ferramentas do cotidiano educacional.
Segundo ela, a formação continuada de professores é um ponto central para que o uso da tecnologia seja mais democrático e efetivo. “Quando a gente fala de inteligência artificial e romantiza demais essa IA, como se fosse algo distante da sala de aula ou do cotidiano dos professores, a gente dificulta um pouco esse pensamento. Então, é preciso aproximar, e não ler a tecnologia como mágica. Temos que repensar e praticar o acesso à informação atrelando com teoria e prática”, afirmou.
Zaika também chamou atenção para a principal barreira tecnológica no Brasil: a falta de acesso a dispositivos e internet de qualidade. Ela lembrou que a pandemia evidenciou esse problema, ao deixar milhares de estudantes sem condições de acompanhar aulas online. “Como que faz com os alunos que não têm um WhatsApp para poder acompanhar a aula? Como que faz com um estudante que não consegue abrir um PDF ou acessar um e-mail?”, questionou.
Para a palestrante, superar esses desafios exige uma visão integrada, que combine tecnologia, crítica social e diversidade. Ao citar autoras como Lélia Gonzalez e referências do afrofuturismo, Zaika reforçou que é preciso valorizar diferentes perspectivas culturais e históricas na construção de futuros digitais mais inclusivos. “Eu acredito muito que a educação é a única forma de mudarmos o mundo e fomentar uma nova sociedade. E é o único jeito de conseguirmos olhar entre gerações de maneira mais afetiva”, concluiu.